sábado, 27 de dezembro de 2008

viva les mega-super-ultra-hyper

end of the year. time to pretend we're a margarine commercial. pretend everything's ok. pretend you're happy. say 'cheese'. say 'barbie'. it doesn't matter what you say behind their backs. it only matters that you smile. so smile. pretend your life is fullfilling. upload your picture into orkut. make them believe you're alive. make them believe you're happy. hopefully make them envious. pretend you understand the meaning of it all. pretend you're strong and independent. pretend enlightenment. say you're budha. say you're better than budha. of course you are. the truth? who needs the truth? the truth is that there's no truth. and we fake it. we fake it. we fake it all the time. we fake we're something. we fake we know something. we fake our smiles. is everything alright? of course it is. we can't afford to crush our thin egg-shells inside our ears: our ego.
and we keep repeating. and we keep eating. and we keep drinking. and we keep laughing. and i don't know why. we're begging bones. we used to chase dangling carrots. now they're gone. we used to wait for godot. not anymore. we chase bones; bone holograms. we are holograms. there is NOTHING left. and we were left in the middle of nothing. nowhere. no one. there's no substance. everything is illusion. can you deal with this?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

the underdog in an echoless world

Sofro de um excesso de verdadeiro-self
Uma incontrolabilidade da minha expressão criativa
Um preenchimento quase que permanente de uma sensação de mim
seja lá o que ela for - porque sim, varia
Onde quer que eu vá, sempre estarei lá
usando diferentes máscaras
mas todas faces de quem eu sou
e as coisas que eu digo parecem ecoar total e diferentemente do que eu havia programado
em momentos é apenas um olhar
ora transparente levantar de sobrancelhas
ora nebuloso poço escuro
às vezes não há qualquer eco
e eu sou o cão sarnento num mundo sem eco
latindo absurdos e coisas que soam como grosserias
porque o ego de muitas pessoas está no ouvido
elas vêem todo tipo de coisas
elas fazem todo tipo de coisas
elas tocam todo tipo de coisas
põe na boca qualquer porcaria
cheiram qualquer porcaria
Mas os ouvidos - ah, esses são feitos de casca de ovos
Ai de mim, também, de esperar que algo ecoe numa casca de ovo
casca dentro de casca
ambas ocas
Pra onde foi o ovo?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

la llorona

jovem - preto - pobre - cadeira-de-rodas - pernas finas
sozinho - se esforçando pra subir a rampa da calçada
força
esforço
impulso de ajudar - vi que ele nem sequer pedia - nem sequer olhava
acostumado ao esforço solitário
continuava
empurra a propria cadeira nas calçadas esburacadas do centro do rio na hora do rush

entrei nessa realidade por segundos
pessoa que sou -sem parâmetros pra essa adversidade
daí - invadido pelo excesso - tela de lágrimas diante dos olhos

Não importa o que sinto: ele ainda propulsiona a própria cadeira-de-rodas pelas ruas esburacadas.
Sonho acordado com uma realidade em que eu o teria ajudado. E juntos sorriríamos enquanto eu empurrasse sua cadeira, sem titubear, para onde quer que ele quisesse/precisasse ir e sem que eu quisesse/precisasse ir a lugar algum de minha parte.

Talvez ele fosse um imbecil e simplesmente me xingasse se eu quisesse ajudá-lo.
Talvez o imbecil seja eu, de querer ajudá-lo.
Ajudar uma pessoa que obviamente está muito mais escolada em enfrentar as dificuldades da vida do que eu.
Talvez seja só a vida dizendo - siga.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

pequeno animalzinho frágil na savana

Sempre que fico doente me imagino um pequeno animalzinho frágil na savana
as analogias animais sempre me acompanharam
as hominídeas também
fico pensando: se eu fosse uma gazela com dor no estômago o que eu faria?
Fico pensando no desamparo que eu - macaco civilizado - sinto. E lembro de não lembrar no semblante de um animal a sensação nítida de dor.
Será que para eles essas coisas do corpo dóem menos?
Será que é mais natural para eles doer?
Será que eles não teriam uma dor de estômago, exatamente porque não sendo civilizados não comem os acidulantes, conservantes, corantes, gorduras saturadas, e outros venenos que nós comemos?
Eu tive essa imagem: eu gazela, agonizando de dor, dor monótona mas que não passa, dor torturante, me pondo à disposição do primeiro predador que quisesse acabar com a minha agonia.
Sim, eu seria uma gazela fatalista. Alguns dizem que já sou.
Mas ainda acho que temos muito o que aprender com a bichisse dos bichos.
São muito mais bravos que nós.
Jamais se passou na cabeça de um animal, ao sentir dor, pensar "preciso ir para um hospital"
em geral, acho que eles só se recolhem e esperam a dor passar.
Se passar, melhor; se não, viram presas.
Alívio para a fome do predador e para a dor da presa.
Será que estamos, na vida, esperando predadores para tirar-nos de nossas dores?
E nem me venham com o masoquismo barato. Falo de algo mais biológico. Mais ancestral. Algo que obedece o ritmo da terra. Assim mesmo, bem riponga.
No momento hospitais não são meu local preferido.
Bom mesmo é comer sopinha, que mamãe veio aqui especialmente fazer, debaixo do edredon.
Alívio.

sábado, 2 de agosto de 2008

barba, cabelo, bigode e vida

Fiz a barba de um jeito novo, pra ver se a vida mudava junto
Não adiantou
Cortei o cabelo
Não adiantou
Mudei de roupa
Comprei novos sapatos
pra ver se o novo solado me ajudava a trilhar novos caminhos
Não adiantou
Andei por aí sem rumo para ver se achava alguma coisa
Não achei
Achei só perguntas e questões e daí conversei com pessoas pra ver se alguém tinha uma solução
Ninguém tinha
Me calei e continuei andando
Continuo andando
Continuo meio calado
Me mudei de casa
Mudei de emprego
Mudei de amigos
Mudei de amor
Me dei um gato
Não adiantou
Continuo andando
e minhas solas, elas já estão gastas
Eu preciso comprar novos sapatos
Mas eu páro e me pergunto "Por quê, já que eles não vão me levar a lugar nenhum?"
Ando em círculos
Ao redor de mim mesmo
Ouço echos
E daí eu não compro os sapatos
Nem lembro de sapatos
Nem de barba
E obviamente não vou a lugar nenhum
Daí não adianta mesmo
Mesmo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quem sabe uma primavera?

Eu também preciso de uma lobotomia
Tábula rasa, novamente, nova mente
Apagar todos os comentários destrutivos de papai e mamãe
Esquecer a dor pungente da minha carne sagrada ser trocada pela alcatra suja da esquina
Eu esqueço isso a cada novo dia
(Não) sou a dor
(Não) quero me identificar com ela
E lá vem ela: (não) me deixa
Tremo todo. Lágrimas que tremem e (não) escorrem.
Ah se ao menos eu pudesse respirar
(Não) posso ver porque desejo
(Não) posso dizer porque machuco
(Não) posso ouvir porque choro
(Não) posso cheirar porque (Não) respiro
Congelo: com a sensação de que gostaria que fosse para sempre
Ai desse coração repetidamente congelado querer arder de amor.
Ai dele.
Quem sabe uma primavera?
Nunca um verão.
Se eu pudesse ao menos cheirar as flores...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

"For even the smallest zero is a great hole of nothingness, a circle large enough to contain the world"
in 'The Music of Chance', by Paul Auster

segunda-feira, 7 de julho de 2008

1 minuto de suspiro e lágrima

Me pego constantemente gastando meu tempo sem perceber. São horas e dias que se passam e nos quais eu apenas respiro. Teço essa manta de ar constantemente e já deve ter kilometros de extensão. E no entanto lá se foi o 7 de julho de 2008, por exemplo. Não foi um dia memorável. Exceto por um minuto de suspiro e lágrima que foi apenas uma promessa de nascente de rio - que não quis correr.
O resto do dia foi como todos os outros dias: vida comum de uma ordinariedade grossa que se satisfaz com o grande nada que é. Grande nada, pequenas muitas coisinhas.
A vida é um brique-braque. Um lego de coisas tolas. E quando você vê, sua vida foi feita de todas essas coisas absolutamente medíocres, como cada momento em que se respira, salpicada de eventos não-ordinários: uma conversa, uma cena, uma tragédia. Preferimos chamar esses eventos não-ordinários de vida, mas a vida mesmo é feita dos outros momentos.
Nós somos bobos e gostamos de dar um rótulo diferente pras coisas - é a diferença pela diferença. É o ego das coisas. As coisas também querem ser diferentes. Elas também são bobas.
Para o sujeito demasiadamente contemporâneo essa direção de vida chama-se derrota. Na contemporaneidade, uma vida sem abundância de rótulos no dia-a-dia é uma vida que não vale a pena ser vivida, é a vida de um perdedor - Loser. Mas quem perde mesmo é o sujeito contemporâneo que reduz sua VIDA a dias, e os DIAS a acontecimentos, e os ACONTECIMENTOS a rótulos que nem de perto descrevem suas complexidades.
Pois eu lhes digo: esse 1 minuto de suspiro e lágrima foi provavelmente o momento mais simples e vazio do meu dia. Foi o único momento com foco. Eu sabia o porquê do suspiro e o porquê da lágrima.
Nos outros momentos tudo era tão complexo... eu respirava, sem saber o porquê; meu cérebro evocava pensamentos aparentemente sem conexão; minhas vísceras funcionavam à própria revelia; meus sentidos captavam estímulos tão complexos que eu jamais poderia colocar em palavras, tudo assim ao mesmo tempo, coordenados eu nem sei como, pura mágica.
E ainda assim, decidi resumir meu dia - e meu post - pelo seu momento mais tolo e mais simples.
É que tolo e simples sou eu.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O imperador nu e o salmão entrando pelo cu


Acho que a maioria das pessoas conhece a história da roupa nova do imperador... Lembram? O imperador não tinha trajes reais para fazer um desfile. Solução? "O imperador está trajando roupas especiais, que só são vistas pelas pessoas inteligentes", disse o porta-voz. Obviamente todos viam a roupa nova do rei. "T-u-d-o!" diziam os fashionistas. Foi um arraso na fashion-week. No entanto, o rei estava nu...


Lembro também dos elefantes brancos nas salas-de-estar, que freqüentemente viram mesa de centro, mas só para aqueles que são mestres na arte do disfarce. Outros viram cabide, mesa de jantar, puff, pet-exótico... Mas nunca, de fato, aquilo que ele é: uma presença estranha que todos negam, por não caber na decoração, no ambiente, na civilização.


E os salmões? Nadam contra a correnteza pra desovar... que sufoco. Ursos, pedras, cachoeiras e a força constante do fluxo da água. Que bicho desadaptado. Já não era pra estar extinto? Não é muito esforço? E tudo para virar sashimi, depois...

Aposto que o salmão que resolve ir com o fluxo da maré, no sentido do rio, é simplesmente ridicularizado pelos pares, chamado de louco. E aposto que ele pára, olha e pensa "Vocês nadam contra a correnteza e eu é que sou louco? Jura?".


E daí tive essa visão: um salmão entrando pelo cu do imperador. Se merecem, esses dois. Eis a roupa nova do rei: só o rabinho do salmão para fora, balançando.


Este post é dedicado a todos aqueles que fingem ver a roupa do rei, a todos que acham o salmão um peixe incrível e todos aqueles que adotaram um elefante como objeto decorativo.
Beijos, América!

domingo, 8 de junho de 2008

...and the city

Hoje recebi um pedido - coisa rara - para postagem. Sobre o dia 12 de junho. Dia dos namorados.
Lembrei-me de um documentário sobre a Índia e a globalização, e os efeitos desta última sobre a cultura milenar indiana. Aparentemente, a Índia - terra do kama-sutra com suas centenas de posições sexuais celebrando a sacralidade do amor - agora também celebra o Valentine's Day. Entram em cena uma caixa de bombons, um buquê de rosas vermelhas e um "i love you", saem de cena centenas de posições sexuais. Toda essa acrobacia sexual pode não ter nada a ver com a nossa concepção romântica do amor, mas talvez também possa ser vista simbolicamente como mil e uma maneiras de amar.
Vocês sabiam que a Índia, na nova ordem mundial, virou o grande país terceirizado na computação gráfica? E que muitos filhos de artistas tradicionais de arte indiana adaptaram suas habilidades artísticas herdadas para fazerem animações para comerciais e filmes? Tem até um desenho animado sobre o pequeno Shiva - roteiro e concepção americanos - que conta as histórias e desventuras do deus hindu, comparando-o a Denis, o pimentinha.
Parece que o mundo abriu suas pernas novamente. De novo pelo preço da alcatra...
Eu tenho me sentido frequentemente como naqueles filmes de ficção científica que projetavam um futuro em que seríamos seres meramente produtivos, com fios e eletrodos ligados a todas as partes de nossos corpos, olhos vidrados no desempenho de uma função. Uma progressão mais dark e apocalíptica dos chineses que atualmente trabalham 14/16 horas por dia fazendo camisetas, ou qualquer outra coisa numa fábrica cinzenta. Cinza como a fumaça do 1 cigarro que eles fumam no final do dia, como a vida que eles levam, como o câncer que eles desenvolvem. O câncer que é a civilização.
Não consigo deixar de imaginar um porco perverso esbaldando-se e mastigando com a boca cheia o nosso suor, e sangue, e lágrimas, e rindo de nós ao elegermos um dia no ano para homenagearmos o amor. É tudo o inverso... bombons, rosas e uma frase - i love you - não configuram uma disposição amorosa. É preciso substância. É preciso kama-sutra. É preciso parar de imitar os simuladores de Hollywood, que tentam nos reeducar em relação a como devemos nos sentir e nos comportar em relação a tudo. Porque tudo que temos feito atualmente, parece regido por modelos de comportamento perpetuados pela mídia. Mas os filmes e as novelas não são a vida real. Os atores não têm experiências reais nos filmes. É simulação. E nós - seres meramente produtivos e vidrados - apenas imitamos os simuladores profissionais. E chamamos isso de vida. E chamamos isso de amor.
Chega de drinks jogados na cara.
Chega de cena.
É preciso, mais do que nunca, sentir.
Citando Alanis: "Que tal não sermos mais masoquistas?"
Podemos aprender a amar.

terça-feira, 22 de abril de 2008

not =

I thought I wouldn't have to apologise for who I am
With you. Not with you...
Your silent words, your noisy drift
two worlds apart
like it's always been
throughout the ages
when two people meet
at a level like this
there's no other way
with me
I'm deep depth
for I know the drill
and I accept the drill
and the depth
but you freeze when you look at
Medusa - I am
and you are
petrified
mortified
by my bevaviour
this reality that overshadows
your dreams of omnipotence
of fairy-tales
the image you have of me
the life of me
in your dreams
there's no cure for splintered dreams, boy
i hope you know that
and these snakes of mine
they won't go away
for I know they're here to stay
and your eyes
oh, your eyes
don't even look at my direction
for they see through me
seek through me
for something else
for a head without snakes
for snakes without heads
for fairy-tales
but I'm no Cinderella, boy
I am Medusa

segunda-feira, 14 de abril de 2008

(promessas)

Promessas - nada.
Palavras proferidas ao vento
voam livres rumo a uma audição receptiva
penetram numa malha desejosa viscosa
e lá grudam
e ficam
e se transformam
e crescem
como um fungo
igualmente parasitárias.
"Eu acredito em você."
Eu não acredito em você
porque promessas são nada
e suas ações tem o valor das milhares de palavras vazias que você profere
e cá estou grudado, parasitado
tentando me descolar desse fungo que entrou num ouvido receptivo
e me perguntando "Por quê?"
Os pássaros voam para o sul quando o frio vem do norte
eu me recolho para o meu sul, meu mole
lá onde o fungo está e onde você nunca estará.
Eu saio quando conseguir me limpar, e a promessa de frio acabar...

domingo, 6 de abril de 2008

Inclinei minha cabeça num ângulo de 45 gaus. Ao fundo, um navio cargueiro, pontuando uma paisagem indistinta de cinza. Água e céu confundiam-se nessa praia que - quando minha - é plúmbea. Estranho como basta inclinar a cabeça 45 graus para não reconhecer mais o mundo. Lembro que, quando criança, minha brincadeira preferida era rodopiar e rodopiar e, depois, cair ao chão, e assistir a um mundo todo novo onde nada era estático e tudo estava deformado, inclusive eu mesmo, no chão, sentindo o impuxo da terra.
A pontualidade do navio, com casco avermelhado, foi quebrada pelo movimento de um pombo que planava ao vento. Asas envergadas. Peito estufado. Eu o via com a cabeça inclinada e - como se formulasse algo inédito - pensei: "Como ele está adaptado ao ar... Mais do que eu estou adaptado à terra. Mais do que aquela família ali está adaptada à terra."
Não consigo deixar de pensar que toda nossa cognição, toda nossa percepção mais serve à uma inadaptação ao mundo do que o contrário.
Should, could, would... modalidades verbais que aconselham, falam de possibilidades remotas e hipóteses.
I should have been a pigeon.
So that I could fly.
And I would fly away.

Para longe da inadaptação e avante!
Sem artifícios.
Sem artimanhas.
Sem arte.
Só o atrito; o natural da vida - o mínimo possível.
Atrito do andarilho, cuja única motivação é continuar andando, e cuja única justificativa é habitar a possibilidade gerada pelo atrito de seu corpo com o caminho em que anda. Caso contrário, tal como o pombo, o andarilho também voaria. E estou certo de que seria para longe. Sempre para .
E as pessoas perguntariam: "Pra onde vai, andarilho?" e ele, já passado, diria "Vou pra láaaa...". E, depois, outras pessoas perguntariam "Para onde foi o andarilho?" e teriam como resposta: "Foi pra ".
E você? Para onde vai?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pérolas aos porcos

Hoje no almoço serviram pérolas. Os presentes eram porcos. Devoraram-nas como se fossem esterco. Ou qualquer outra coisa - não faria diferença.
Ao ver a cena lembrei de uma música de uma banda com nome de frutinhas que diz que "Não vale nada além disso aqui, então eu vou viver como eu escolho ou simplesmente não vou viver". Lembrei dos que escolheram não viver. E lembrei também que eu escolhi viver, e, ainda assim sinto que tenho vivido tão pouco.
Talvez seja um simples mal-estar na cultura - cultura de dar pérolas aos porcos. Não é muito inteligente tentar convencer os porcos, e nisso eu incluo o porco que também há aqui dentro de mim, que pérolas são preciosas demais para serem tragadas sem sequer serem admiradas primeiro. Não há delicadeza que resista à ânsia violenta de satisfação dos porcos.
Talvez seja essa a violência à qual nosso presidente acha que devamos nos acostumar. Lindinho... do tipo "happy tree friends", pendurado pelo nervo óptico.

Possivelmente é por esse motivo que há muito tempo só sou feliz quando chove: a chuva cria o atoleiro e o atoleiro esbalda os porcos. Unidos sagradamente na imundície, pelos séculos dos séculos, amen.
Com os porcos esbaldados eu deslizo delicadamente, como num ballet, flanando, leve e belo. A estética da lama também pode ser bela, se você for honesto consigo mesmo e desejante. Ela tem o seu valor.
O que não tem valor são as pérolas. Essas, meus amigos, estão misturadas à ração dos porcos. E ai de quem...

Mas fui eu que paguei por essas pérolas. Com sangue e lágrimas. E muita paciência. E eu me recuso a sentar e simplesmente assistir ao espetáculo dessa festa pobre.

Declare independence. Don't let them do that to you.