Acho que a maioria das pessoas conhece a história da roupa nova do imperador... Lembram? O imperador não tinha trajes reais para fazer um desfile. Solução? "O imperador está trajando roupas especiais, que só são vistas pelas pessoas inteligentes", disse o porta-voz. Obviamente todos viam a roupa nova do rei. "T-u-d-o!" diziam os fashionistas. Foi um arraso na fashion-week. No entanto, o rei estava nu...
Lembro também dos elefantes brancos nas salas-de-estar, que freqüentemente viram mesa de centro, mas só para aqueles que são mestres na arte do disfarce. Outros viram cabide, mesa de jantar, puff, pet-exótico... Mas nunca, de fato, aquilo que ele é: uma presença estranha que todos negam, por não caber na decoração, no ambiente, na civilização.
E os salmões? Nadam contra a correnteza pra desovar... que sufoco. Ursos, pedras, cachoeiras e a força constante do fluxo da água. Que bicho desadaptado. Já não era pra estar extinto? Não é muito esforço? E tudo para virar sashimi, depois...
Aposto que o salmão que resolve ir com o fluxo da maré, no sentido do rio, é simplesmente ridicularizado pelos pares, chamado de louco. E aposto que ele pára, olha e pensa "Vocês nadam contra a correnteza e eu é que sou louco? Jura?".
E daí tive essa visão: um salmão entrando pelo cu do imperador. Se merecem, esses dois. Eis a roupa nova do rei: só o rabinho do salmão para fora, balançando.
Este post é dedicado a todos aqueles que fingem ver a roupa do rei, a todos que acham o salmão um peixe incrível e todos aqueles que adotaram um elefante como objeto decorativo.
Beijos, América!