sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A ontologia do carnaval

Lembram dos sorteios diários da Xuxa, em que ela sentava numa montanha de cartas e jogava-as para o alto, regozijando-se com todas aquelas esperanças envelopadas, desejantes de carrinhos, bonecas e a pronúncia de seus nomezinhos pela boka loka de Maria da Graça?
Poisé. Eu não estou assim ainda, com os pedidos de x-ego. Mas o carnaval está aí e NÃO, eu não sento numa montanha de cartinhas, mas existem pedidos, ok?! ¬¬

É, crianças (me sentindo Elke Maravilha): um de nossos leitores, antecipando o frenesi carnavalesco, me perguntou qual seria a origem do carnaval. É isso mesmo. Essa festa de carne, máscaras e cachaça tão louca que move o nosso país inteiramente e nos paralisa num coma quase mortal durante toda uma semana.

Consultando minhas fontes ornamentais (obrigado, Marisa Orth) descobri que tudo começou com Frau Emmy (acho), ela mesma, ela que também deu início à psicanálise como a conhecemos hoje, quando mandou Freud calar a boca e disse "DEIXA EU FALAR, EU PRECISO FALAR, PORQUE EU TÔ LOKA DO MEU C*, CARALH*!!".
Aí vocês se perguntam "Mas como isso é possível?" e eu vos respondo: Ao permitir que Anna O. enfrentasse a angústia de tentar falar o inefável, associando livremente a partir daquilo que é da razão do pulsional e que marcou a carne de tal maneira a produzir um resto, resto esse com o qual só se pode lidar através da palavra - esse Outro mascarado tão grande - Freud deu a Anna O. o aval da carne: eis o CARNAVAL.

*palmas*

Obrigado. Afinal de contas não é sempre fácil ter um raciocínio brilhante desses enquanto tocam as trombetas do infern... quer dizer, dos foliões. Eu olho pela janela, do alto da minha sabedoria de quem viu uma pesquisa no Yahoo! no qual 18% das pessoas afirmam não gostar de carnaval, e me sinto chique, vendo toda aquela desgraça lá embaixo - desgraça puxada por trio-elétrico, cerveja quente e banhas balançando. Isso é a nobreza, babe: estar sempre no (s)alto e não se misturar a essa gentalha. Sim, mamãe...

Esse post é dedicado àqueles que, como eu e a Beth Carvalho, não viram a Mangueira entrar nesse carnaval. E os anjos cantam ohm nama shivaya...

3 comentários:

Unknown disse...

UAhauhahuAuhUHaUHauhauhahuauhuahuhaAauhuhaUHauhauh.
Amei esse finalzinho sobre o carnaval em si e como pessoas LuXo (simsim, eu vou à BITCH e CineIdeal! Haha!) se comportam em frente à ocasião. :P

:*8

Luiz de Aquino disse...

Tadinha da Beth. Com a coluna fudida, usando a mesma fantasia do ano passado e expulsa da Marquês de Sapucaí. Isso tudo vendo Preta Gil ser madrinha de bateria. O que eu estou dizendo? isso tudo aconteceu? me acordem! Como disse o Stepan, expulsar Beth da Mangueira é o mesmo que expulsar São Jorge da Lua... Adorei essa alegoria (alegoria...)

Seria melhor expulsar o dragão. Que estava na frente da bateria.

Marcela Souza disse...

Dê a nobreza o que é da nobreza, dê a carne o que é da carne.

Soube de uma ótima festa carnal que houve no vips. Só filet.

Só trabalhamnos com carne de primeira! =)