segunda-feira, 28 de maio de 2007

Quando o amor vem - e vai

Eu sei que eu estou há séculos sem escrever. Uma amiga me chamou a atenção para a data do meu último texto - o carnaval. Ela me perguntou se o próximo seria no natal e eu resolvi que era hora de entrar em ação, mesmo porque o momento é propício: terminei com minha analista (uma relação de quase 2 anos de duração).
Então o tema da semana é o AMOR. Sim, porque foi quando o amor apareceu em minha vida que eu parei de escrever e, agora, quando o amor de transferência se estancou, eu voltei. Curioso? Talvez para a maioria das pessoas sim; eu acho absolutamente compreensível. COF-COF.
Outro dia ouvi alguém dizendo que escrevia para conseguir um marido e que quando conseguiu parou de escrever também. Os lacanianos talvez compreendam melhor do que ninguém as circunstâncias que levam alguém a encher o buraco do amor com palavras. "Buraco do amor" é uma expressão interessante, aliás... porque em todos os sentidos é isso que é mesmo - um buraco negro (EITCHA!!) que suga todo tipo de projeções, sonhos, desejo e depois te lança no não-conhecido.

Oh, vida; oh, céus; oh, azar.

E pelas dificuldades de saber o que o amor representa em nossas vidas e compreender suas vicissitudes, surge a psicanálise. E com ela o "amor de transferência". Será o mesmo tipo de amor? Outro dia ouvi alguém perguntar por que é que se dava o nome de 'amor' à transferência. Isso me irritou e eu ão sei nem ao certo o porquê. Só sei que irritou e pronto. E aí, logo depois, alguém muito interessante, falava de demanda, e a impossibilidade de se atender à demanda, mesmo que se tente. E eu fiquei orgulhoso de mim mesmo por ter desafiado a negação de atendimento de qualquer demanda, presentificada pela personificação da cristalização das emoções do método lacaniano. Ela funciona como a Medusa: se você a olha nos olhos, vira pedra. E eu decidi que eu não queria virar pedra. Chega de desamparo. Já me basta o amor - buraco negro de qualquer amparo e, ainda assim, ilusoriamente, o tamponamento do mesmo. Coisa doida né?
Poisé. O amor é assim, louco. E assim somos nós, os que amamos, loucos. Nós, os que estancam, loucos. Nós, os que vivem - loucos. De pedra. Ou tentando não ser de pedra. Ainda assim, loucos.
E isso é só o amor. Nem pensemos no resto.

5 comentários:

Anônimo disse...

E EU SOU LOUCA DE AMOR POR VC, DIDEEE!
Q bom que vc voltou a postar, smepre gosto de lê-los!

Anônimo disse...

assino em baixo!
l'amour,,, aff,,, Q lindo! rs

q bomq voltou a escrever!!


ricardo

Anônimo disse...

A eterna demanda. E a eterna tentativa de suprimi-la, seja de que jeito for. Esse é o show da vida, como já disse Glória Maria de escovão. Bjus beibinho

Renan Ji

Anônimo disse...

Oi, querido!
resolvi passar pra ler o seu escrito e tive uma ótima surpresa quando vi que vc escrevia um assunto que é tão caro a mim: o amor de transferência. Só que vc foi tão breve... Despertou o interesse mas não atendeu a demanda! Será por acaso?! É preciso sustentar o amor sem retibuir ao mesmo para que o desejo do sujeito surja... ai ai.
Amor comum, análise, amor de transferência, manejo da transferência, rompimento, saída da análise, fim de relacionamento. Tantas semelhanças. Pq se chama amor de transferência? Talvez a melhor resposta que vc possa dar a quem fez essa pergunta seja indicar que o próprio se submeta à experiência e conheça por si mesmo o amor de transferência. Afinal, não se ensina como amar alguém. Pela via do amor uma nova dimensão pode se abrir. Enigmático? Não... só os poderes das palavras e do amor. E os lacanianos sabem bem disso!
;)))
Adorei! Beijão

Anônimo disse...

Q beleza! não imaginava q o comentário surtiria efeito tão rápido...pq o neurótico só funciona sob pressão???
hahaha
amei!
A Bia q está estudando o amor, tb vai amar...
e como vc diria
beija ...