quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quem sabe uma primavera?

Eu também preciso de uma lobotomia
Tábula rasa, novamente, nova mente
Apagar todos os comentários destrutivos de papai e mamãe
Esquecer a dor pungente da minha carne sagrada ser trocada pela alcatra suja da esquina
Eu esqueço isso a cada novo dia
(Não) sou a dor
(Não) quero me identificar com ela
E lá vem ela: (não) me deixa
Tremo todo. Lágrimas que tremem e (não) escorrem.
Ah se ao menos eu pudesse respirar
(Não) posso ver porque desejo
(Não) posso dizer porque machuco
(Não) posso ouvir porque choro
(Não) posso cheirar porque (Não) respiro
Congelo: com a sensação de que gostaria que fosse para sempre
Ai desse coração repetidamente congelado querer arder de amor.
Ai dele.
Quem sabe uma primavera?
Nunca um verão.
Se eu pudesse ao menos cheirar as flores...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai... isso aqui anda tão depressivo... tomara que esse inferno astral passe logo...
Amooo você!