terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bananas is my business


Sucesso é possível, mas nunca satisfatório.
Hoje, Carmen Miranda completaria 100 anos.
Um link para uma breve biografia:
http://br.noticias.yahoo.com/s/09022009/40/entretenimento-carmen-miranda-fragil-mulher-escondida.html

Casou-se com o único homem que lhe pediu em casamento, alguém envolvido com o show business. Para os outros homens Carmen era demasiadamente exótica, um personagem exageradamente irreal para ser mulher - só podia ser Carmen.
Condenada ao limbo de sua personagem, não era portuguesa (sua terra natal), não era brasileira e tampouco americana.
Fez progressos incríveis no inglês, mas teve que manter o sotaque para poder continuar vendendo sua personagem.
Tentou pedir outros papéis, mas só lhe concederam 1 papel diferente, num filme em que ela também tinha que interpretar sua velha máscara.
Morreu aos 46 anos, dependente de anfetaminas e soníferos, infeliz.

Lembro de muitos outros exemplos. Marilyn Monroe era outra que vendia uma imagem de sedução, exuberância e sexualidade. Entretanto, no fundo, ela era absolutamente carente e queria desesperadamente alguma segurança emocional.

Não consigo evitar pensar no porquê de alguém - marilyns ou carmens - sujeitarem-se a serem tela em branco para as projeções de desejos da massa, sua necessidade de mitos. Que necessidade é essa de serem vistas como exuberantes, leves e felizes quando a realidade era o oposto? Será que não havia a possibilidade de serem aplaudidas pelo caos, drama e complexidade que eram? Nem todas as mulheres de Hollywood eram doces como Marilyn, nem exóticas e explosivas como Carmen.
Talvez hoje em dias as coisas tenham mudado UM POUCO. Temos Toris, Fionas, Björks, Shirleys, Beths - todas cantando as inglórias e infortúnios de serem quem são. E sendo aplaudidas e amadas por isso.
E todas elas tem um pedacinho de carmen e marilyn. Não poderia ser diferente.

Mas Carmen... da próxima vez que tal usar um chapéu com suas mil lágrimas?

3 comentários:

Urania disse...

:O
Estou pasma... Citamos os mesmos nomes, em um post muito parecido!! risos... Sem saber, você parece ter completado o meu. Dide, essa foi bizarra, hein? Estou aqui, pasma. Irmãos... Acho que é genético esse sentimento. É carma familiar, embora nossa família possa ser bem maior do que parece... bjs, te amo.

Urania disse...

ok, dois dias de atraso. mas mesmo assim. carmem miranda era muito demais pra época dela. muito maravilhosamente tudo. uma pena. marilyn tb era uma fofa... uma monstruosidade, toda a vida dela... tudo o que fizeram com ela, todas as manipulações. ela era geminiana. então, imagina? fico com peninha, queria pegar no colinho, ninar, dar beijos nessas pessoas... mas tb precis(am)o(s) disso. aqui e agora.

Felipe disse...

Não vejo nada de contraditório. Uma figura infeliz que precisa se sujeitar à essas coisas para ter um pouco de atenção. Se ela fosse segura de si não se sujeitaria a isso ou talvez se sujeitaria mas de forma mais tranquila. Eu bem que desconfiava. Batia uma depressão quando eu via ela na TV.