domingo, 5 de abril de 2009

- desejo -

Nos olhos o desejo
perfura e machuca
Tanta voracidade só pode me ter como um alvo atropelado no meio de uma rota desgovernada
Não quero estar no meio do caminho
Do desejo que sai de qualquer coisa
E vai para lugar qualquer
Seria eu uma máscara sem rosto?
Ou um depositário de desejo errante?
Esquivo-me, quando na verdade queria me entregar pleno
Não é você
É só a sua abordagem que é igual à minha quando estou desgovernado
Sem ser soberano de mim mesmo
Des-coroado
Desconsagrado
Aviltado
Por mim mesmo, obviamente, e pela errância dos desejos meu e seus
Não agüentaria mais isso, não fosse a impossibilidade de me retirar do campo
Permaneço alvo de flechas perdidas
Lançadas por arqueiros que – como eu, ou pior que eu – não sabem o que fazem
E matam.
E morrem.

2 comentários:

Unknown disse...

Amigo, adorei o que vc escreveu... Eu super me identifiquei... é mt ruim ser um depositário de desejo errante, especialmente quando vc quer se entregar plenamente... Been there, been there... xxxxxxxx

Anônimo disse...

Porque você não se converte pro Cristianismo?hahahahaha!!!!
É rapaz, eu me identifico com isso e acho que todo mundo passa por isso. Mas dá pra controlar alguma coisa sim, mesmo que seja à posteriori e sem se converter pra essa religião imbecil. O que não dá pra evitar é que você seja acertado de vez e toda essa torrente de desejo te destrua de uma vez por todas. Ainda bem que eu vejo essa provisoriedade como maravilhosa. Deve ser uma merda ter medo de morrer.