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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aviões de guerra divertidos


"Eu não quero criar conflito, eu não quero re-editar o passado, eu só quero libertação" é o que os B-52's dizem em uma de suas músicas novas - "Eyes wide open".
A primeira coisa que me chamou atenção no show foi o fato de eles terem mais de 50 anos de idade. Talvez estejam beirando os 60 (não fiz minha pesquisa ainda). Mas achei muito legal que aos 50 e muitos anos eles ainda estejam fazendo o que gostam e criando coisas novas ao invés de só viverem do passado. Eles tampouco tocaram seu maior hit - "Legal Tender" - talvez uma recusa total a surfar nessa onda que vem desde o início dos anos 80. Enfim, bom ver que mesmo na contemporaneidade a vida e a carreira no showbiz não terminam aos 40. Ainda assim eu ri muito quando um amigo que também estava no show disse que Kate - a ruiva - era mãe de Geri, a ginger spice, e que Cindy Wilson - a loira- a mãe de Emma, baby spice. Piadinha boa.
A segunda coisa que pulou aos meus olhos, quase que literalmente, foi a iluminação do show: a platéia era muito frequentemente iluminada, quase como se dissessem que também éramos parte do espetáculo. Um gesto talvez imperceptível para a maioria, mas com um efeito psicológico certo. Doía um pouco os olhos aquela iluminação repentina e nos destacava de uma maneira um tanto desconfortável - nós que estávamos lá mais para ver do que para sermos vistos. Mas realmente dava a impressão de que estávamos todos juntos ali - banda e público e que a festa era de todos. Em vários momentos realmente parecia uma banda animadora de festas.
Em terceiro lugar saímos - eu e minha irmã/karma - muito felizinhos do show. E não perguntei a ela, mas em mim o show ficou ecoando até agora. E eu não consegui parar de ouvir o Funplex. E mesmo saindo um pouco decepcionado, como todos, por não ter ouvido Legal Tender, acho que todo artista tem o direito de enterrar suas criações passadas e dar lugar a coisas novas. Como viver da mesma máscara quase 30 anos depois?
Cut us some slack.

Recomendo:
"Juliet of Spirits" - uma música que soa conhecida. Eu jurava que era das antigas, no show, mas é do último álbum, Funplex. A faixa é absolutely timeless. Incrível. Super chiclete.
"Eyes Wide Open" - citada no início do post deixa muito claro que eles não estão aqui para viver do passado
"Ultraviolet" - there's a rest-stop, let's hit the g-spot - LOVIN' IT! LOVIN' IT!

segunda-feira, 9 de março de 2009

A vida em mosaico

Todo show foi feito para ser visto. O palco é um lugar para ser visto e é por isso que - geralmente - os shows acontecem em palcos.
Não deve ser novidade nenhuma, no entanto, que sempre foi bem difícil para aqueles que não tem 2 metros de altura, assistir a shows: sempre tem mil cabeças na sua frente e você tem que ficar tentando ver o show por entre crânios, levantando na ponta dos pés, etc.
Qual não é minha indignação ao ir a shows, hoje em dia, e existir, além das cabeças, o dobro de braços levantados - 2 para cada cabeça (em geral) - segurando celulares e câmeras.
O que já era difícil ficou impossível. E se já não fosse terrível ter que acompanhar o show pelo telão, agora os acompanhamos por telinhas. Milhares de telinhas na sua frente, formando um mosaico do que acontece lá na frente.
Isso me lembra aquelas hordas de turistas japoneses que não param de tirar fotos por 1 segundo. Acho tão estranho. Quando estou num lugar diferente gosto de experienciá-lo. Vivê-lo. Respirá-lo. Olhá-lo. Não gosto nem de usar meus óculos, porque as lentes interferem na minha absorção do entorno. Não gosto, tampouco, de vê-los através das lentes de uma câmera.
Claro que o frisson por fotografias não tem um motivo único. Mais importante do que sofrer uma experiência é provar que a sofreu - para muitos, não para mim. Daí a importância de passar um show inteiro segurando uma câmera com os braços levantados, sem de fato aproveitá-lo. São tantas as fotos no orkut de pessoas se divertindo, mas eu não consigo evitar pensar que se as pessoas estivessem realmente se divertindo elas não se lembrariam de parar para tirar fotos. Eu, por exemplo, nunca quero escrever quando estou me divertindo.
Mas enfim. Até desisti de ir ver Radiohead. O show será transmitido ao vivo pela tv a cabo e a tela da minha TV é maior que qualquer tela de celular já inventado. Eu - velho e chato - vou ver o show da minha poltrona, porque eu de fato quero VER o show.